O fervor jornalístico português na Revolução Liberal de 1820

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Resumo

Vivendo-se tempos revolucionários por toda a Europa e as Américas, a necessidade de reformas estruturais na imprensa periódica portuguesa foram bruscas, daí que o ano de 1820 seja considerado um ponto de charneira em qualquer estudo sobre o periodismo nacional. É também este o período que antecedeu a implementação do Romantismo no panorama literário europeu e, por consequência, a sua disseminação na ambiência literária portuguesa, nomeadamente através da edição e circulação de periódicos literários. O pe- riodismo nacional transformou-se numa actividade militante em prol da participação cívica nos movimentos constitucionais, ou contra-revolucionários, contribuindo fortemente para uma transmutação da sociedade portuguesa, em pleno arranque do Liberalismo. Nesse contexto, os jornais fundados em 1820, e daí num sentido crescente posterior, foram verdadeiras ferramentas que permitiram informar — e “contra-informar” —, uma nação dilacerada por invasões militares e os vazios de poder central, mas adivinhando a emergência de futuros conflitos. Assim, os periódicos revolucionários exigirão reportar os acontecimentos cada vez mais livres e isentos da censura, não esquecendo a primeira Lei da Liberdade de Imprensa (4 de Julho de 1821) e o seu contributo para a promulgação da primeira Constituição (23 de Setembro de 1822). Ainda que grassasse um elevado nível de analfabetismo, os debates públicos, emancipatórios de uma opinião pública em ebulição, imporiam hábitos de leitura típicos de uma ambiência revolucionária político-ideológica, mas que auxiliarão a erguer o “novo” Portugal Liberal.

Palavras-chave: jornalismo; liberalismo; constituição; revolução liberal; liberdade de imprensa; opinião pública.

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Publicado

2021-04-07

Como Citar

Dias , E. . J. G. . (2021). O fervor jornalístico português na Revolução Liberal de 1820 . Livros ICNOVA, (2). Obtido de https://colecaoicnova.fcsh.unl.pt/index.php/icnova/article/view/6