A máquina de arquivo; ou A câmara fotográfica e o ficheiro
Resumo
Tão antigo como os Gregos, o termo arquivo — de arkheion, lar do archon, autoridade magistral e local de repouso dos registos que preservam e enunciam a lei — está aparentemente a tornar-se um daqueles termos, como corpo, visualidade, hibridismo, estética e assim por diante, que ficam repentinamente e, por vezes surpreendentemente, na moda e se tornam o indispensável acessório do momento.1 Durante algum tempo, tornam-se quase nomes de marca, focos de intensa devoção e objeto de discussões acaloradas apenas compreensíveis entre aqueles que partilhem o código. Isto aconteceu-me de novo recentemente, quando estava a entrar numa exposição de fotografia, vídeo e performance contemporâneos no Museu Guggenheim e dei por mim a seguir uma multidão que me conduziu diretamente até uma secção designada “Apropriação e Arquivo”.