Fotografias: a forma material e o arquivo dinâmico
Resumo
O arquivo fotográfico — povoado de clichés, a acumular o pó de um século, fonte de inquietações, local de taxonomias auto-evidentes, resultado de um ato ideológico, legado embaraçoso de tolices metodológicas e de interpretação, já ultrapassadas.1 Um arquivo — de fotografias — , algo visto como separado da dinâmica das disciplinas, algo para ser “escava- do” quando útil e ignorado quando apetece; um mero recurso passivo, acessório em relação ao assunto principal, mero papel secundário cujo significado não é definido através da sua própria identidade mas através de relações assimétricas com outros objetos, que cabe ao ar- quivo confirmar de alguma forma.2 Mesmo a linguagem usada — arquivo em vez de coleção — transmite esta ideia. As fotografias são, simplesmente, um “recurso” passivo, ativado não através da sua própria força mas através da vontade do/a historiador/a e da sua consequente justaposição com outras classes de objetos.
Texto originalmente publicado
em língua inglesa em: Edwards, E. (2011) Photographs: Material form and the dynamic archive. In: C. Caraffa (ed.), Photo archives and the photographic memory
of art history. (pp. 47-56) Berlin: Deutscher Kunstverlag.