O jornalismo de imprensa no Portugal democrático

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Resumo

Este capítulo trata a imprensa noticiosa generalista portuguesa e as principais transformações ocorridas, depois do 25 de Abril de 1974. A Revolução implicou um conjunto de transformações e todos os meios de comunicação foram afetados pelos acontecimentos políticos. O derrube da ditadura provocou a abolição do exame prévio, bem como a politização e radicalização política. A liberdade de expressão levou à alteração dos conteúdos noticiosos e a abundância de acontecimentos noticiáveis imprimiu um ritmo inédito à informação. O estudo das primeiras de diários generalistas nacionais, para o período entre o 25 de Abril e 1o de Maio de 1974, permitem percecionar as alterações da agenda noticiosa nestes primeiros dias da Revolução. O ano que se seguiu foi de luta política e convulsão social e as eleições de abril de 1975 tornaram-se um ponto central para o futuro de um regime democrático e, em consequência, um tema central para a imprensa. Pela primeira vez em quase 50 anos, os jornalistas tiveram a possibilidade de cobrir um acontecimento de grande valor-notícia enquanto imprensa livre. As eleições não foram reconhecidas unanimemente como essenciais e alguns dos principais responsáveis militares e organizações de esquerda não as reconheceram como representativas da vontade popular. Procura-se abordar aqui o agendamento desta temática, em diferentes jornais portugueses, bem como os enquadramentos decorrentes das clivagens políticas naquele período. Na consequência do período revolucionário e de quase uma década em que o setor público foi dominante, a imprensa escrita sofreu de problemas de sustentação, tendo como principais razões o aumento dos custos de produção, o passivo acumulado, o decréscimo nas vendas e na publicidade. Neste estudo são abordados os contextos de desenvolvimento da imprensa generalista, para as décadas de 80/ 90, tendo como ponto de partida, as orientações editoriais de novos títulos, como o Expresso, Correio da Manhã, Tal &Qual, Semanário, Independente e o Público, todos de iniciativa privada.

Palavras-chave: Revolução, eleições, imprensa estatizada, crise, valor-notícia, orientação editorial

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Publicado

2022-07-18

Como Citar

Lima, H. (2022). O jornalismo de imprensa no Portugal democrático. Livros ICNOVA. Obtido de https://colecaoicnova.fcsh.unl.pt/index.php/icnova/article/view/117