Continuidade e inovação na imprensa portuguesa de finais do século XIX: a emergência do jornalismo noticioso

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Resumo

Na transição do século XIX para a centúria seguinte, a imprensa periódica foi marcada pelos contex- tos que favoreceram ou restringiram a sua difusão. A Monarquia Liberal, no plano legislativo, permitiu que os jornais tivessem uma grande expansão ou fossem violentamente reprimidos, dependendo da conjuntura po- lítica. O progresso social, a economia e os níveis de escolaridade, que permanecerem em níveis muito baixos, foram igualmente importantes, enquanto impulsionadores de progresso. O jornalismo de cariz político e polí- tico-noticioso foi a tendência mais relevante em todo o século. Já num período de transição, a corrente trans- formadora da industrialização da imprensa permitiu a metamorfose dos jornais e a sua entrada no jornalismo moderno. As mudanças sociais e os novos públicos levaram a inovações progressivas, na transição para o novo século. O jornal que relatava as notícias do dia passou a integrar as lógicas dos diários portugueses. O relato dos factos, os acontecimentos de forte pendor emocional, a reportagem e o enquadramento sensacionalista fariam a sua aparição, conquistando novos públicos e trazendo os títulos portugueses para o campo da imprensa industrializada. Este capítulo trata a evolução da notícia e das matrizes editoriais em quatro jornais diários que se tornariam centenários, nos seus elementos de identidade fundadora, mudança e inovação. O Comércio do Porto, Diário de Notícias, Século e Jornal de Notícias são analisados segundo as linhas de evolução características deste período, tendo em consideração os conceitos teóricos que integram a imprensa popular e sensacionalista.

Palavras-chave: jornalismo político, liberdade de imprensa, jornalismo noticioso, sensacionalismo.

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Publicado

2022-07-18

Como Citar

Lima, H. . (2022). Continuidade e inovação na imprensa portuguesa de finais do século XIX: a emergência do jornalismo noticioso. Livros ICNOVA. Obtido de https://colecaoicnova.fcsh.unl.pt/index.php/icnova/article/view/113